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Mirian Gasparin

Segundo semestre é aguardado sem otimismo pela classe empresarial

 Empresários do Paraná debatem cenário atual da economia e a reforma tributária

Depois de um primeiro semestre de muitas indefinições e incertezas, empresários e executivos paranaenses aguardam a chegada do segundo semestre com muitas expectativas, e a espera de mudanças na política econômica e tributária para que os projetos de investimentos possam finalmente sair das gavetas.

Aliás, o cenário econômico e a reforma tributária foram a tônica dos debates da terceira edição do evento Meeting Negócios e Economia, realizado no final da tarde de ontem, no Salão de Eventos da Universidade Positivo. A iniciativa empresarial, que reuniu centenas de empresários, executivos e profissionais das áreas do Direito Tributário e Empresarial, teve como objetivo compartilhar ideias e visões de negócios, bem como elevar as discussões sobre as perspectivas econômicas e o seu impacto nos negócios.

Eu participei deste evento e o que pude perceber é que os empresários estão muito preocupados em relação a reforma tributária, caso sejam aprovadas as duas Propostas de Emenda Constitucional (PEC), que são a PEC 45 e a PEC 110.  Na avaliação do advogado tributarista e Mestre em Direito Empresarial, Alcides Wilhelm, o que os empresários esperam há várias décadas é uma diminuição da carga tributária, mas isso não se observa nas duas PECs que estão no Congresso e que visam o aumento da arrecadação.

Na sua opinião, muitos setores serão prejudicados, principalmente o agronegócio e a área de serviços. Wilhelm prevê, inclusive,  que muitos setores serão retirados do jogo e alerta que o aumento da carga tributária será repassada aos preços dos produtos, contribuindo para uma alta ainda maior da inflação.

Durante os debates, o empresário e ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, Camilo Turmina, destacou que antes da aprovação da reforma tributária, o que realmente deveria se concretizar, é uma ampla reforma administrativa.

O CEO da Eternit, Luís Augusto Barcelos Barbosa, também defendeu a reforma tributária ligada a diminuição de tributos e jamais visando o aumento da arrecadação. Segundo o executivo, enquanto o Brasil tiver um governo estatizante, serão mínimas as chances de redução da carga tributária.

Em relação aos juros, como os empresários estão analisando as altas taxas que estão sendo praticadas?

O que eu pude perceber neste debate, é que há uma séria preocupação dos empresários em relação às atuais taxas de juros. O empresário Camilo Turmina afirma que o varejo é um dos setores mais prejudicados com os juros elevados, pois as taxas nos atuais patamares simplesmente afastam qualquer possibilidade de financiamento por parte dos consumidores.

Hoje, segundo Turmina, a solução encontrada pelo varejo é a venda parcelada em dez vezes no cartão de crédito. No entanto, ele considera temeroso mexer no câmbio e na Selic diante da conjuntura atual. Para Camilo Turmina, a inflação é um veneno maior do que a situação que estamos vivendo hoje.

Os empresários também debateram a importância da inovação no momento atual. Porém, este será o tema da coluna de Negócios de amanhã.

Mirian Gasparin

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