Ex-governador se torna réu por lavagem de dinheiro e obstrução à Justiça
O ex-governador do Paraná, Beto Richa, se tornou réu em mais uma ação penal decorrente da operação Quadro Negro, que apura desvios de verbas destinadas à construção e reformas de escolas no Paraná. Está é a quarta vez que o ex-chefe de estado é acusado no âmbito desta operação. O juiz da 9ª Vara Criminal de Curitiba, Fernando Bardelli Fischer, aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná na última sexta-feira (22).
Além de Richa, ainda são acusados o contador da família, Dirceu Pupo, a esposa, Fernanda Richa e um dos filhos do ex-governador, André Vieira Richa. Todos se tornaram réus pelo crime de lavagem de dinheiro. Os fatos denunciados referem-se à aquisição de um conjunto de salas comerciais no Centro Cívico, em Curitiba, no ano de 2013, por parte do ex-governador e de seus familiares. De acordo com as investigações, os imóveis foram colocados em nome da empresa que concentra o patrimônio da família.
Parte do pagamento, segundo os promotores, teria ocorrido com a utilização de valores recebidos como propina de construtoras investigadas na Operação Quadro Negro, que apura desvios de verbas destinadas à construção e reformas de escolas no Paraná. Segundo a denúncia, a compra das salas custou R$ 2,2 milhões. Deste total, R$ 830 mil foi entregue ao vendedor em dinheiro, de forma dissimulada, enquanto um imóvel dado em pagamento por parte dos compradores foi superavaliado na tentativa de também ocultar pagamento em espécie e a origem ilícita do dinheiro.
O ex-governador, a ex-primeira-dama e o contador também foram denunciados por obstrução da justiça, porque teriam, em agosto de 2018, tentado influenciar o corretor de imóveis que intermediou o negócio a esconder a existência daquele pagamento, caso viesse a ser procurado pelas autoridades. Por meio de nota, a defesa de Beto richa disse que o ex governador e seus familiares estão sendo processados novamente, pelo mesmo fato já objeto de outras duas acusações. Para os defensores, o Ministério Público se contradiz, e agora acusa o ex-governador sem saber apontar a ilicitude dos recursos.
Reportagem: Thaissa Martiniuk