Colunistas // ana.flavia

Embora o índice geral de Confiança do Empresário Industrial calculado pela Confederação Nacional da Indústria esteja em queda desde setembro do ano passado, uma categoria vem na contramão. Ou seja, os fabricantes de produtos de limpeza, que inclui também os industriais do segmento de higiene pessoal e perfumaria, são os mais confiantes da indústria brasileira, este ano.

A justificativa da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional para todo esse otimismo é queo cenário de maior estabilidade de preço e a normalidade no fornecimento de insumos está ajudando os empresários no planejamento dos seus negócios.

No entanto, nos dois últimos anos, a indústria de saneantes foi bastante prejudicada pela alta nos custos de produção. Como algumas das matérias-primas são cotadas em dólar, a desvalorização do real e os aumentos de custos de energia e combustíveis afetaram o setor. Como consequência, em 2022, a produção caiu quase 6%.

Já para este ano, como o ritmo de pesquisa e desenvolvimento de produtos de limpeza e higiene pessoal está sendo mantido, bem como novos lançamentos estão chegando ao mercado, a expectativa é que o setor deve crescer 2%.

Qual a representatividade do Brasil no setor de produtos de limpeza?

O Brasil tem uma boa representatividade no setor de produtos de limpeza, higiene pessoal e perfumaria. Segundo dados da Euromonitor International, nosso país representa, hoje, 5,5% do mercado mundial e a nossa população é quinta que mais consome produtos de limpeza.

A expectativa é que, até 2025, o Brasil aumente a sua participação e se torne o 4º maior mercado de saneantes global. A explicação da associação que representa o setor é que a demanda interna tem grande potencial de crescimento, principalmente, pelo baixo desembolso dos brasileiros em relação a outros países da América Latina. 

Só para se ter uma ideia, hoje, cada brasileiro gasta US$ 89, ou R$ 445 por ano em produtos de limpeza e higiene pessoal. Na Argentina, por exemplo, o gasto é de US$ 200, ou o equivalente a mil reais e, no Chile, o gasto per capita é de US$ 170, ou R$ 850. Portanto, o mercado brasileiro tem um bom espaço para crescer, com a inserção de novas categorias de produtos de limpeza e higiene pessoal.