Itaperuçu: esquema de corrupção não atinge atual gestão, diz prefeitura
Fraudes em processos de licitação podem ter tirado R$ 15 milhões da cidade
Os cinco contratos investigados em um esquema de corrupção revelado em Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba, não têm relação com a atual gestão da cidade, diz a prefeitura. Uma nota divulgada nesta quinta-feira (13), pelo Executivo municipal, afirma que o atual prefeito, Edilson Macadame, não é citado e nem é alvo das investigações. Macadame era vice de Neneu Artigas, que renunciou ao cargo para disputar as próximas eleições para prefeito na cidade vizinha, Rio Branco do Sul, também na Região Metropolitana.
Os acordos que são objeto da investigação conduzida pela Polícia Civil foram assinados por Neneu Artigas, meses antes de deixar a prefeitura. A suspeita é que os contratos fazem parte de um esquema de corrupção que pode ter tirado R$ 15 milhões da cidade.
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Na manhã desta quinta-feira (13), uma operação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão na sede do Executivo municipal, na Câmara dos Vereadores; e também em Rio Branco do Sul. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Artigas.
As investigações apontam que quatro empresas agiam em conluio com uma servidora pública da Câmara Municipal de Itaperuçu, para coordenar um rodízio nos lotes vencidos em procedimentos de contratação junto à prefeitura. Segundo a polícia, as empresas investigadas eram representadas pela mesma servidora nos procedimentos, para fraudar o caráter competitivo dos certames. A suspeita é de que uma das empresas de fachada, que teria sido favorecida em contratações emergenciais, seja de Neneu Artigas. O delegado Gabriel Fontana conduziu a investigação.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de associação criminosa, crimes contra licitações e contratos administrativos, corrupção passiva, peculato e falsidade ideológica. Segundo o delegado, a servidora possuía procurações, para conseguir representar as empresas nas disputas.
Em 2017, Neneu Artigas foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná, assim como outras 28 pessoas, por corrupção e fraudes em licitações em Itaperuçu. A acusação apontava que os processos licitatórios eram dirigidos com o objetivo de proporcionar vantagens a grupos de amigos e ex-sócios do então prefeito.
Reportagem: David Musso, Ricardo Pereira e Vanessa Fontanella