MPF cobra devolução de dinheiro público de sete ministros
O Ministério Público Federal deve cobrar de sete ministros do governo Temer a devolução de R$ 667 mil reais aos cofres públicos. O montante se refere à gastos irregulares atribuídos à eles com passagens aéreas bancadas pela Câmara dos Deputados.
Além de Ricardo Barros (ministro da Saúde), são citados na ação os ministros Sarney Filho (Meio Ambiente), Bruno Araújo (Cidades), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Eliseu Padilha (Casa Civil), Raul Jungmann (Defesa) e Leonardo Picciani (Esporte).
As informações são do site Congresso em Foco. Eles fazem parte do grupo de 500 políticos que serão acionados na Justiça para pagar R$ 50 milhões pelo uso indevido da verba destinada ao exercício do mandato, entre 2007 e 2009. Todos eram deputados neste período.
De acordo com o Ministério Público, o dinheiro foi utilizado para fins privados, como viagens ao exterior, passeios com a família, cessão de passagens para eleitores ou outras pessoas sem vínculo com a atuação parlamentar. A cobrança também se estende a deputados e ex-deputados que não esclareceram aos procuradores quem eram os passageiros que tiveram as passagens pagas com dinheiro público.
Ricardo Barros é suspeito de ter voado 190 vezes, sete delas em voos internacionais, com recursos da ordem de R$ 79 mil bancados pela Câmara. A BandNews FM tentou contato com Barros, mas as ligações não foram atendidas. Por meio dos assessores, Barros disse ao Congresso em Foco que não foi notificado pelo Ministério Público e, portanto, não tem informações sobre o assunto.
Ele só deve se manifestar sobre o uso das passagens se for notificado, informou o gabinete. Ao todo, foram 76 mil bilhetes aéreos irregulares com os mais de 500 políticos, segundo o levantamento. Desses, 1.606 eram para o exterior. Contra os políticos, duas ações devem ser abertas: a primeira de ressarcimento aos cofres públicos e, a segunda, de improbidade administrativa.