O senador Sérgio Moro, do União Brasil, presta depoimento à Justiça Eleitoral, nesta segunda-feira (16). O político será ouvido na ação que pede a cassação do mandato dele por abuso de poder político, econômico e uso indevido dos meios de comunicação.

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Os processos

Os processos foram movidos pelo PL e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), de forma individual, mas como tratam de assuntos semelhantes, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná decidiu por unir as ações.

Os suplentes do senador, o advogado Luis Felipe Cunha e o empresário Ricardo Augusto Guerra, também devem prestar depoimento. No mesmo dia, deve ser ouvido, ainda, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol, que teve o mandato cassado em maio deste ano.

As acusações

O PL acusa Moro de ter cometido irregularidades na pré-campanha. O partido argumenta que o senador aproveitou da estrutura e da exposição da pré-campanha presidencial, após migrar para uma disputa de menor visibilidade.

Para a agremiação, os benefícios acumulados indevidamente causaram um desequilíbrio eleitoral. As acusações incluem uma suposta captação ilícita de recursos (caixa 2), abuso de poder econômico por violação ao limite de gastos da campanha, uso indevido dos meios de comunicação e desvio de recursos partidários.

Já a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) acusa Moro de usar recursos do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Campanha e outras movimentações financeiras para construir e promover a sua imagem como pré-candidato, independentemente do cargo em disputa.

A federação alega que houve uma triangulação de valores entre os fundos partidário e eleitoral, envolvendo os dois partidos políticos pelos quais Moro foi pré-candidato.

Para as agremiações, houve violação das regras eleitorais com a prática. As acusações incluem a denúncia de captação ilícita de recursos, abuso de poder econômico, apropriação indevida de recursos eleitorais e lavagem de dinheiro.

O histórico

A convite do ex-senador Álvaro Dias, Sérgio Moro se filiou ao Podemos, em novembro de 2021, que pretendia lançar o político como candidato à presidência da República. Cinco meses depois, em março de 2022, Moro trocou de legenda e foi para a União Brasil, para concorrer ao Senado.

Nas duas legendas, foram realizadas campanhas para enaltecer a imagem do político perante a opinião pública.

O depoimento

O depoimento de Moro, assim como o dos demais que serão ouvidos nesta segunda-feira (16), será prestado por videoconferência.

Caso Moro seja condenado na ação e perca o mandato, uma nova eleição deve ser convocada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná para escolher o representante do estado na Câmara Alta.

Reportagem: David Musso