Valor do arroz deve subir ainda mais, afirma Deral
Quatro empresas venceram um leilão e vão comercializar o arroz
O valor do arroz deve subir ainda mais no Paraná de acordo com uma estimativa do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral). A tragédia no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, ainda causa impactos na comercialização do produto.
O Paraná é responsável por apenas 1,5% da produção nacional. No período de um ano, o preço do cereal ficou até 38% mais alto. Apesar do cenário, a safra deste ano deve ser de 7 milhões de toneladas no estado, número próximo ao registrado em 2023, de 7,2 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
O engenheiro agrônomo do Deral, Hugo Carlos Godinho, afirma que a alta no preço do cereal no Paraná é reflexo da tragédia no estado gaúcho, mas que os valores cobrados em todo o Brasil não condizem com a realidade.
Para tentar diminuir o preço do arroz a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), realiza o primeiro leilão para compra de até 300 mil toneladas de arroz importado. O governo federal alega que a decisão foi tomada diante do alto volume de chuvas no Rio Grande do Sul, que afetou a produção gaúcha. Mas para o engenheiro agrônomo, a decisão pode ter efeito contrário nesse primeiro momento.
Conforme o edital que determinou as regras do leilão, após a compra, o preço do produto será tabelado e o pacote terá o rótulo do governo. O quilo será vendido por R$ 4 em onze estado, inclusive no Paraná. O arroz, do tipo longo fino tipo 1, deve chegar ao consumidor até setembro.
Leilão
No total, quatro empresas venceram o leilão e vão comercializar o arroz. Entre esses nomes, há uma de locação de máquinas agrícolas e uma produtora de queijos com registro em Macapá (AP) e uma pessoa física, com 70 processos judiciais.
As empresas são: Zafira Trading Ltda, Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos Ltda, Wisley A De Souza Ltda e ASR Locação de Veículos e Máquinas Ltda.
Antes de ser realizado, o leilão recebeu oito liminares para que não fosse realizado.
Foram compradas 263 mil toneladas de arroz. O valor ficou em R$ 1,3 bilhão. Essa modalidade de leilão não ocorria desde 1987 e foi retomada com o objetivo de garantir o abastecimento nacional
Reportagem: Marlon Santiago e Lorena Pelanda