Secretaria da Saúde mantém esquema de vacinação contra dengue após recomendação negativa da OMS
A Secretaria de Estado da Saúde afirma que vai manter o calendário de vacinação contra a dengue, mesmo após um posicionamento da Organização Mundial da Saúde, que recomenda que a vacina seja tomada somente por quem já teve a doença.
A recomendação da OMS segue o mesmo parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgado no fim do ano passado. No Paraná, cerca de 300 mil pessoas foram vacinadas contra a doença dentro da campanha que começou em 2016 e se encerra no dia 28 de abril.
A campanha foi direcionada somente a 30 municípios endêmicos e epidêmicos, que apresentaram casos da doença. Segundo a superintendente de vigilância em saúde do Paraná, Julia Cordelini, quem já iniciou o esquema vacinal, recebendo as duas primeiras doses da vacina, deve tomar a terceira dose.
A recomendação da OMS foi feita por meio do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos (SAGE). Segundo a SESA, o documento oficial com as recomendações ainda não foi publicado. A secretaria afirma que o texto reconhece o papel da vacina para a saúde pública em regiões de alta prevalência da doença.
Ainda assim, a vacina não tem sido disponibilizada para quem ainda não iniciou o programa de vacinação. Depois do fim da campanha, não há previsão de novos projetos de vacinação contra a dengue no Estado.
A Secretaria de Estado da Saúde informou ainda que monitora os vacinados nos 30 municípios da campanha e que não registrou nenhuma reação adversa grave.
Desde o início da campanha, em agosto de 2016, o Paraná registrou 1.506 casos confirmados de dengue e uma morte pela doença. Somente 47 pessoas vacinadas foram notificadas com dengue leve sem confirmação laboratorial, apenas suspeita clínica.
A pior epidemia foi registrada entre agosto de 2015 e julho de 2016, com mais de mais de 56 mil casos e 63 mortes por dengue. Uma análise realizada pela Secretaria da Saúde mostrou que a incidência de dengue nos 30 municípios que fazem parte da campanha de vacinação apresentou redução e, na maioria dos casos, chegou a zero.
Os sete municípios que tiveram cobertura vacinal acima de 57% não registraram casos, enquanto as cidades que apresentam as maiores incidências coincidem com as piores coberturas vacinais durante as três primeiras fases da campanha.