Hospital Pequeno Príncipe recebe por volta de 300 crianças com sinais de abuso sexual
Mais de 600 crianças e adolescentes com suspeita de violência foram atendidas no Hospital Pequeno Príncipe em 2017. Mais de 50% dessas vítimas apresentavam sinais de abuso sexual. Segundo o hospital, sete a cada dez crianças foram agredidas dentro da própria casa, por pessoas próximas ou da família. A maioria das vítimas atendidas no ano passado foram meninas de até três de idade.
O ortopedista pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, Edílson Forlín, explica que a constatação do abuso pelos médicos tem como principal desafio o medo da criança em relatar as agressões.
Entre os casos mais graves atendidos no ano passado está o de um bebê de apenas seis dias de vida que chegou ao hospital com traumatismo craniano. Ao descobrirem que a criança teria que ser internada para a investigação sobre as causas do trauma, os pais fugiram com o bebê do local. A principal suspeita eram maus-tratos.
Edílson Forlin avalia que vítimas dessa natureza têm chance de ter graves sequelas no futuro.
O levantamento aponta que, em 52% dos casos, as crianças vítimas de violência apresentavam sinais de abuso sexual. O segundo tipo de violência mais detectado entre os pacientes foi a negligência, com 28%, seguido pela agressão física, com 13%. Uma a cada três crianças já havia sido vítima de agressão outras vezes e 142 delas precisaram de internação.
Forlín alerta para a importância da atenção aos sinais e, principalmente, da denúncia. Não só para evitar que as crianças passem por novos episódios de terror, mas para impedir que elas desenvolvam problemas físicos e psicológicos no futuro.
No próximo dia 18 de maio é lembrado o Dia Nacional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes. Quem presenciar casos de abuso ou agressão contra menores pode e deve denunciar por meio do telefone 156, da prefeitura de Curitiba, pelo 181, do Disque-Denúncia do estado e pelo Disque 100, do governo federal. As denúncias podem ser feitas de forma anônima.