Uma técnica menos invasiva e inovadora de autópsia em vítimas de Covid-19 está sendo implantada em hospital do interior do Paraná
O Hospital Universitário Regional de Maringá realiza nova técnica de autópsia em vítimas da Covid-19. O procedimento, considerado menos invasivo, consiste na coleta de tecidos dos órgãos por meio de pequenas incisões na pele com uma agulha de punção.
Em uma autópsia convencional haveria a necessidade de abrir todo o corpo. Uma equipe de 20 pessoas formada por médicos, residentes e estudantes está envolvida no projeto que está sendo implantado na unidade. O grupo participou de um treinamento com profissionais da Universidade de São Paulo que é especializada e referência neste tipo de procedimento, que possui protocolos validados de eficiência semelhante à autópsia convencional.
Até o momento 48 autópsias foram feitas, conforme explica a professora do departamento de medicina da UEM, Ana Gabriela Strang, que ressalta a importância dessa autópsia minimamente invasiva e inovadora.
O controle de qualidade do material coletado está sendo feito pelo laboratório de patologia básica da Universidade Estadual de Maringá. A partir destas análises será possível ampliar o conhecimento sobre a evolução da doença e também haverá descobertas importantes relacionadas ao tratamento. Há também perspectivas de adotar o método na avaliação de mortes infantis e neonatais e também de mortes causadas por outras doenças, o que possibilitaria um melhor entendimento de óbitos por diagnósticos que não foram esclarecidos em vida.
As autópsias feitas até o momento foram realizadas entre novembro de 2020 e maio de 2021.
Reportagem: Vanessa Fontanella