Os deputados estaduais eleitos, após a cassação do mandato de Fernando Francischini (PSL) pelo TSE, serão convocados a assumir as cadeiras na Assembleia Legislativa do Paraná, na sessão da próxima quarta-feira (3), após o feriado prolongado. Quatro candidatos de partidos distintos devem assumir o mandato deixado por parlamentares do PSL. Assumem os mandatos Adelino Ribeiro (PRB), Nereu Moura (MDB), Elio Rusch (DEM) e Pedro Paulo Bazana (PV).

A Assembleia confirmou, nesta sexta-feira (29), que recebeu o novo cálculo do TRE-PR, com o resultado das eleições proporcionais de 2018. Com isso, Emerson Bacil, Do Carmo e Cassiano Caron deixam a Assembleia Legislativa do Paraná, junto com Francischini. Esses parlamentares perdem o diploma sem terem cometido qualquer crime. Para o jornalista especialista na cobertura do Poder Judiciário e colunista da Rede BandNews FM, Rodrigo Aidar, não há injustiça na derrubada do mandato destes parlamentares, que agora precisam deixar a Assembleia.

A decisão que cassa o mandato de quatro parlamentares acontece após três anos da realização das eleições, em outubro de 2018. Para o colunista, a demora é injustificável, para uma Justiça que se notabilizou na história recente pela rapidez.

Um dos três deputados que perdeu o mandato, assumiu a vaga na Assembleia na última terça-feira (26). Cassiano Caron (PSL), foi convocado após o mandato do então deputado Subtenente Everton, ser também cassado pelo TSE. Ele teve a campanha financiada por uma instituição privada, o que é vedado pela legislação eleitoral. Com isso, Caron será deputado estadual por apenas uma semana. 

Por 6 votos a 1, o TSE cassou o mandato de Francischini, após os ministros do TSE consideraram que o parlamentar cometeu abuso de autoridade e uso indevido dos meios de comunicação. Em 2018, com a votação ainda em andamento, Francischini disse em uma live no Facebook que estava comprovado que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas, para prejudicar o então candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro. As denúncias nunca foram comprovadas.

O TSE entendeu as declarações como um ataque às instituições democráticas. Essa é a primeira vez que a corte cassa um mandato pela divulgação de fake-news. Com a decisão, além de perder o mandato, o Francischini fica inelegível por 8 anos.

Reportagem: David Musso