Uma técnica inovadora realizada em uma cirurgia de reconstrução de maxilar, no Hospital Erasto Gaertner de Curitiba, já é considerada uma das melhores do mundo. O método utilizado na cirurgia, realizada em 2018, permite a reconstrução do rosto em pacientes que precisam fazer a retirada do maxilar por conta de doenças graves, como o câncer. Em geral, estas pessoas, quando submetidas ao procedimento cirúrgico, precisavam colocar uma prótese de acrílico, que além de não ser confortável, não sustentava bem os dentes e causava desconforto para se alimentar e até mesmo respirar. A nova técnica permite a reconstrução da face com a utilização de um osso da perna, a fíbula.

O cirurgião Alfredo da Silva, responsável por uma das três equipes que participaram do procedimento, explica que a fíbula já é bastante utilizada em enxertos, mas que o método adotado para esta cirurgia traz inovações que permitem melhores resultados, inclusive estéticos.

A cirurgia contou ainda com outra importante ferramenta: a tecnologia. Foram feitas tomografias do rosto da paciente, que foi em seguida recriado virtualmente para a criação de um molde, impresso em 3D. Com esse molde foi possível planejar passo a passo do procedimento, conforme explica o cirurgião Laurindo Moacir Sassi, que foi quem criou essa nova técnica.

Sobre o sucesso do procedimento e o reconhecimento da publicação em diversos países, o cirurgião destaca que o mais importante é saber que outros pacientes terão acesso a essa técnica.

A paciente Indianara Bortolan tinha 17 anos quando recebeu o diagnóstico de tumor no maxilar. A cirurgia na época era a única alternativa para se recuperar da doença. Quatro anos se passaram e Indianara comemora o resultado.

Vale ressaltar que a cirurgia realizada no Hospital Erasto Gaertner foi feita pelo SUS.

Reportagem: Vanessa Fontanella