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Mirian Gasparin

ERT vai abrir fábrica em Manaus para atender Positivo Tecnologia

 Com novos investimentos, indústria de bioplástico de Curitiba multiplica produção

Divulgação

A ERT, que é a primeira empresa emergente da América Latina focada na produção de plásticos biodegradáveis, e que há dois anos inaugurou a sua fábrica em Curitiba, está recebendo investimento de R$ 32 milhões da Positivo Tecnologia. Esses recursos irão se somar aos R$ 50 milhões investidos, no ano passado, pela XP Private, braço da XP Investimentos, que atua com fundos de grandes valores.

Eu conversei com o CEO da ERT, o empresário Kim Fabri, e ele me explicou que o investimento tem como destino o aumento da produção de bioplástico e a abertura de uma fábrica em Manaus, que produzirá produtos para a Positivo Tecnologia. O empresário me adiantou que a ERT está trabalhando em três linhas de pesquisa para a Positivo Tecnologia e ele prevê que dentro de dois anos estará, inclusive, produzindo peças de bioplástico para computadores.

Com esse investimento e a implantação da Lei municipal 485/2021 exigindo sacolas plásticas de origem bioplástica, a ERT acelera os planos de sua produção de resinas em Manaus. A atração da empresa para aquela região faz parte do compromisso da Positivo Tecnologia em fomentar o desenvolvimento de empresas que estejam alinhadas com as vocações locais de negócios ligados a bioeconomia e que construam novas matrizes econômicas na região da Zona Franca de Manaus.

Ainda dentro dos benefícios da operação amazonense está a colaboração com instituições de pesquisa locais no desenvolvimento de novos plásticos compostáveis e no incentivo da utilização de bioinsumos regionais.

No Brasil, apenas 1,2% do plástico produzido é reciclado. Por outro lado, somos o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo. Qual é a tecnologia desenvolvida pela indústria de Curitiba e que pode mudar esse cenário?

A ERT desenvolveu uma tecnologia que transforma a cana-de-açúcar em plástico. Em linhas gerais, a startup compra o ácido lático, um composto químico produzido a partir da cana-de-açúcar, e transforma essa substância em bioplástico. Depois de utilizado, o plástico da ERT pode ser ‘compostado’ e transformado em matéria orgânica como, por exemplo, adubo para plantas.

O CEO da ERT me explicou que o bioplástico também pode ser produzido a partir do amido de milho ou de mandioca e das cascas de arroz ou madeira. Segundo Kim Fabri, o Brasil é um país muito rico em matéria-prima.

Agora, o grande diferencial da tecnologia da ERT em comparação a outros fabricantes é que o bioplástico produzido aqui pode ser usado para outras aplicações, indo de sacolas plásticas a talheres, de embalagens de produtos alimentícios a vitaminas e copinhos.

Por fim, estimativas preveem que até 2030 cerca de 40% de todo o plástico seja bioplástico. Isso representará um mercado potencial de US$ 50 bilhões/ano para a ERT em todo o mundo. O plano da indústria de Curitiba é multiplicar a capacidade de produção anual em dez vezes, passando das 3,5 mil toneladas/ano atuais para cerca de 35 mil. Vale destacar que a indústria curitibana além de atender o mercado brasileiro também exporta seus produtos para os Estados Unidos e países da Europa e da América Latina.

Mirian Gasparin

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