Colunistas // Mirian Gasparin

Para se destacar na concorrência, o mercado varejista tem buscado se diferenciar e as marcas próprias aparecem como uma alternativa eficiente não só para atrair, como também fidelizar os clientes.

A verdade é que diante dos preços que chegam a ser 30% menores do que os das marcas líderes, os produtos exclusivos ou de marca própria estão ganhando cada vez mais espaço não só nas prateleiras de supermercados, como em lojas de diversos segmentos e, até mesmo, nas farmácias.

Pesquisa da NielsenIQ aponta que itens exclusivos estão presentes em 34% das casas brasileiras e este percentual pode crescer ainda mais. Só para se ter uma ideia, em termos globais, as marcas próprias são encontradas em 33% dos lares na Europa e em 16,5% dos lares da América do Norte.

Aliás, para alguns especialistas em varejo, o Brasil é o país das marcas próprias, principalmente quando se leva em consideração dois itens, que são o salário mínimo de R$ 1.320, em que 51% desse valor é direcionado para alimentação; e os preços dos alimentos básicos, que só no último ano subiram 15%, ou dois pontos percentuais acima da média global. Isso evidencia o quanto o consumidor brasileiro precisa buscar meios para otimizar seus gastos e realizar compras inteligentes. Então por que não investir em produtos mais baratos e estampados com o nome de uma rede ou loja?

Recentemente, foi realizada em Amsterdã, na Holanda, a maior feira de marcas próprias do mundo. Quais as principais tendências que este grande evento trouxe para o mercado de marcas exclusivas?

Uma tendência revelada nesse evento, foi o desenvolvimento de produtos sazonais, para datas comemorativas, como o Natal, Páscoa ou Halloween, que são populares em diversos continentes. Nos Estados Unidos, por exemplo, são fabricadas cervejas especiais para cada estação.  

Já no Brasil, seguindo essa mesma linha, os varejistas deveriam aproveitar as datas mais populares, como a Festas Junina, para lançar itens especiais, com embalagens diferenciadas e ingredientes típicos.

Outra tendência em alta no mercado de marcas próprias, são as linhas de bem-estar, assim como produtos da linha premium. Tudo isso focando em fornecedores orgânicos e produzidos na região onde os clientes moram. 

A partir desses insights, as empresas que estão em busca de retornos financeiros maiores devem analisar os novos cenários e recalcular rotas, com base nos hábitos de consumo dos brasileiros.