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Mirian Gasparin

Setor está se adaptando para atender às novas demandas.

 Mudanças de hábitos influenciam o mercado imobiliário

Foto: Freepik

O perfil do consumidor mudou bastante nos últimos anos. No caso do mercado imobiliário as mudanças foram ainda maiores e o setor formado pela indústria da construção civil e imobiliárias está correndo contra o tempo para poder atender as novas demandas.

Um estudo da consultoria Deloitte mostrou que 44% da população brasileira é formada hoje pela geração nascida antes de 1945, que foi educada para gerar patrimônio e, com isso, garantir segurança futura. Já 30% da nossa população nasceu a partir de 1982, cujo perfil é mais flexível em relação à aquisição de bens. E 26% nasceram após 2010. Embora essa faixa ainda não tenha atingido a maioridade, se comporta completamente diferente dos pais e avós.

Eu conversei com a especialista em marketing digital de alta performance no mercado imobiliário, Tatiana Gielow, e ela me disse que as mudanças de comportamento das gerações fizeram com que novas necessidades surgissem, levando a indústria imobiliária a caminhar conforme os novos cenários.

Eu pedi à especialista que ela destacasse as principais mudanças que estão influenciando especificamente o mercado imobiliário de Curitiba. Pois bem, a primeira mudança diz respeito ao aluguel. Segundo Tatiana Gielow, vivemos um dos períodos mais longos em que a locação se mantém em alta frequente. Hoje, os anúncios de imóveis para aluguel residencial têm resultados praticamente instantâneos, uma vez que a demanda por locação está maior que a oferta.

Agora, locação em alta não representa que as vendas estejam em baixa. Segundo a especialista, este movimento do mercado apresenta-se como grande oportunidade para investimento na compra de imóveis com finalidade de disponibilizá-los para locação. E daí novamente, a premissa de que imóvel é o investimento mais seguro se confirma, pois morar é uma necessidade básica do ser humano e sempre existirá, seja alugando ou comprando. Para os mais conservadores, morar no próprio imóvel representa mais segurança. Para os mais flexíveis e arrojados, é possível pagar aluguel para morar melhor e ter imóveis como opção de investimento.

As mudanças mais significativas surgiram a partir da última década. Segundo Tatiana Gielow, a escolha do bairro está baseada mais pela logística das pessoas no seu dia-a-dia. O que as pessoas menos querem é pegar trânsito para chegar e voltar do trabalho, ou seja, todos almejam ganhar tempo para usá-lo com qualidade. Por isso, morar próximo ao trabalho, estar perto de supermercados, farmácias, bancos, parques, são atrativos que valorizam o imóvel. Este estilo de vida é uma mudança de comportamento que influencia não só o imóvel em si, mas principalmente os projetos urbanos. Em Curitiba, a maioria dos bairros possui estruturas próprias cada vez mais completas, de forma que seus moradores possam utilizar serviços e comércio sem a necessidade se de deslocar para o centro da cidade.

Mirian Gasparin

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