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Mirian Gasparin

Empresas precisam de conselheiros independentes

 Casos Americanas e Marisa chamam atenção para a governança

O caso do Grupo Americanas e, agora, a renúncia do presidente das Lojas Marisa, continuam repercutindo nos meios empresariais e estão promovendo uma reflexão sobre a importância da implantação de políticas de governança corporativa sólidas em qualquer tipo de empresa, inclusive nos negócios familiares.

Uma coisa é certa:  os membros do Conselho Administrativo tanto do grupo Americanas quanto das Lojas Marisa estão passando por fortes pressões. Afinal de contas, são os conselhos que devem garantir que todas as decisões estratégicas da alta gestão estejam alinhadas com as políticas administrativas e que gerem impactos, sejam eles financeiros ou de imagem para a marca.

Aliás, o executivo e conselheiro de empresas, André Coji, que recentemente esteve em Curitiba ministrando no Encontro 5 do Programa + Mulheres na Governança, destaca que o papel dos conselheiros não é simplesmente concordar com as decisões do proprietário ou fundador. Segundo ele, a grande responsabilidade do conselho de administração é fazer com que as empresas cumpram com os seus objetivos com transparência, ética e, sobretudo, com foco no seu negócio.

Já o CEO da GoNext , Eduardo Valério, alerta que a escolha dos conselheiros deve ser assertiva, uma vez que eles devem ter os olhos apurados e voltados para a saúde financeira e administrativa da empresa, seja ela de qualquer tamanho ou modelo de negócio.

Um conselho administrativo forte e independente garante que todas as áreas de uma empresa funcionem em sintonia. Desta forma, qual é o papel fundamental dos conselheiros numa empresa?

O papel do conselheiro é justamente fiscalizar as ações e revisar procedimentos relevantes e que gerem impactos diretos na contabilidade das empresas. Segundo me explicou o CEO da GoNext, o dia-a-dia de um conselheiro é cheio de armadilhas, principalmente nas empresas familiares, onde a formação de um conselho independente é mais rara. No entanto, o mercado de hoje valoriza as empresas que atuam com firmeza para evitar e combater fraudes. Nesse sentido, os conselheiros precisam estar preparados para questionar e não ceder a pressões dos acionistas ou da direção das empresas.

Por fim, o caso Americanas deixa evidente a necessidade da formação de Conselhos com diversidade de especializações e experiências, mas, sobretudo, que considerem as atitudes e características de conselheiros que realmente pensem e ajam de forma independente.

Ouça a coluna em áudio:

Mirian Gasparin

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