Colunistas // Mirian Gasparin

A indústria e o mercado de embalagens no Brasil estão entre os mais relevantes do mundo e têm apresentado crescimento constante nos últimos anos, à medida que a consciência ecológica e a sustentabilidade impulsionam as preferências do consumidor. Até 2026, a expectativa é registrar uma taxa de crescimento anual acima de 3%. 

Vale destacar que o setor de embalagens abrange diversos produtos como caixas de papelão ondulado, sacolas e caixas de papel, amplamente utilizados nas indústrias de alimentos e bebidas, farmacêutica, no varejo em geral e no comércio eletrônico.

E por falar em e-commerce, as compras online estão aumentando a necessidade de produtos de embalagem de papel terciário e secundário, estimulando ainda mais o crescimento do mercado.

Segundo informações que eu obtive junto a indústria SEE, que é líder no segmento de embalagens e soluções de proteção, e responsável pela criação do plástico bolha, as empresas estão diversificando os materiais de embalagem em prol de uma operação mais sustentável. Nesse contexto, a indústria aponta que dentre os players que buscam por sustentabilidade em embalagens para o comércio eletrônico, 50% deles têm apostado no papel, enquanto a outra metade procura soluções com conteúdo reciclado.

Um dado que chama atenção, é que o Brasil tem hoje uma cadeia de reciclagem de papel muito mais evoluída que a do plástico, o que potencializa a reinserção deste material no processo produtivo. Segundo dados do CEMPRE, a taxa de reciclagem do plástico no Brasil é de 23%, enquanto a do papel chega a 66%.

A evolução do papel como embalagem pode invalidar os esforços de uso do plástico reciclado?

De forma alguma. Nosso mercado demanda diferentes categorias de proteção nas embalagens dos produtos e o plástico continuará sendo extremamente necessário.

Agora, quando se fala sobre a escolha da melhor embalagem para entregar as mercadorias seguras para os consumidores, junto com o material é importante que as empresas avaliem a capacidade de resistência, seu impacto na cubagem e descarte realizado pelos clientes.

Também é importante a experiência do unboxing, ou seja, termo que pode ser traduzido como “tirar da caixa”, e que consiste em desempacotar um produto em frente às câmeras, mostrando suas características e, em alguns casos, fazendo demonstrações e comparativos nas redes sociais. 

Ouça a coluna desta sexta-feira (22):