Colunistas // Mirian Gasparin

O cooperativismo de crédito continua em alta e atraindo a cada ano que passa um número maior de cooperados. Segundo dados do Anuário Cooperativismo Brasileiro, divulgado pelo Sistema OCB, estão em atividades, hoje, 728 cooperativas de crédito, que reúnem mais de 15 milhões de cooperados.

Histórica e geograficamente, o cooperativismo de crédito tem-se expandido de pequenos municípios no interior da região Sul para áreas com maior densidade populacional. De acordo com o Banco Central, atualmente, 94% dos municípios da Região Sul são atendidos por cooperativas de crédito, que oferecem os mesmos serviços de um banco, porém com a vantagem de que os cooperados recebem as sobras quando o resultado anual do balanço é positivo.

Eu conversei com o diretor executivo da Viacredi, Vanildo Leoni, e ele disse que está bastante otimista para 2024. No Paraná, a Viacredi, que é a maior cooperativa de crédito do Brasil em número de cooperados, espera crescer 20% em negócios e 15% em número de cooperados. Segundo Leoni, a Viacredi tem hoje 12 pontos de atendimento no estado e 60 mil cooperados. No orçamento está prevista a abertura de mais cinco unidades, caso haja demanda.

O balanço de 2023 da Viacredi apontou retorno financeiro de R$ 347 milhões, sendo que deste valor mais de R$ 258 milhões foram destinados aos 930 mil cooperados por meio dos juros ao capital e retorno das sobras.  Os cooperados também deverão receber R$ 108 milhões, que serão votados em assembleia geral ordinária e creditados em conta corrente no dia 25 de abril próximo.

Em ativos, a cooperativa atingiu, em 2023, quase R$ 13 bilhões, representando um crescimento de 14% em relação ao ano anterior. Já as operações de crédito passaram de R$ 8 bilhões, com aumento de 11%.

Ao quer tudo indica, sim! Segundo me informou o diretor executivo da Viacredi, com a continuidade da queda dos juros, crescimento do empreendedorismo e a ampliação dos negócios, a demanda por crédito deve ser bem maior em 2024 do que o registrado em 2023.

Hoje, por exemplo, a maior demanda por crédito nas cooperativas vem das pessoas físicas, que representam 90% do total contra apenas 10% das pessoas jurídicas. No entanto, em volume de negócios, a situação se inverte e as empresas detém 60% ante os 40% das pessoas físicas.