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Mirian Gasparin

Equipe 100% feminina foi treinada para todas as etapas de um funeral.

 Empresa lança primeiro serviço funerário feminino do Brasil

Foto: Marcelo Andrade

No Dia Internacional da Mulher eu vou falar sobre um negócio inédito, que está sendo lançado hoje, e que pertence a uma empresária curitibana, que começou a trabalhar quatro décadas atrás, num mercado gerido apenas por homens e que, embora necessário, ninguém gosta de falar.

A empresária Maria de Lourdes Mildemberg foi a primeira mulher paranaense a ser dona de uma funerária. Há 35 anos ela fundou a Luto Curitiba, que se transformou em um dos grupos mais tradicionais do ramo funerário brasileiro, reunindo funerárias, cemitério, crematório e plano funeral na região metropolitana da capital paranaense.

E depois de muito estudo de mercado e treinamento de equipe, Maria de Lourdes apresentará daqui a pouco à imprensa a Maestra Serviço Funerário Feminino, que recebeu investimento de R$ 1 milhão.

Trata-se da primeira empresa a lançar um serviço funerário feminino do Brasil. A empresária me explicou que a ideia inovadora está baseada no respeito à privacidade das mulheres falecidas, com foco em cuidado personalizado, desde o primeiro atendimento da família até a preparação do corpo.  Um grupo de mulheres, inicialmente com nove integrantes, foi contratado e treinado para todas as etapas que um funeral envolve.

Maria de Lourdes me contou que ao longo dos anos, no contato com inúmeras famílias, percebeu o desejo de que mulheres cuidassem de mulheres falecidas. E não apenas na preparação do corpo, que é um momento de intimidade muito vulnerável. Mas também no embelezamento na hora da morte, através da necromaquiagem, denotando respeito e trazendo conforto em meio à tristeza da despedida.

O projeto da Maestra também inclui a instalação de uma funerária exclusivamente para atender famílias de mulheres falecidas e um laboratório para tanatopraxia. A nova empresa oferece ainda capelas e cerimônias de despedida, em uma área verde, junto ao Metropolitano Cemitério Parque.

Uma particularidade envolve o lançamento: o serviço funerário feminino não poderá ser prestado em Curitiba porque o Serviço Funerário Municipal, administrado pela prefeitura, impõe um sistema de rodízio entre funerárias e um tabelamento de preços que não admite inovações.

Dessa forma, a estrutura de atendimento foi montada no município de Fazenda Rio Grande, a 30 quilômetros de Curitiba. As famílias que desejarem o serviço personalizado poderão fazer todos os procedimentos lá, desde o velório até o sepultamento ou cremação.

Já os preços deste novo serviço refletem a especialização, ficando em torno de 40% a 60% acima da média do mercado.

Mirian Gasparin

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