Colunistas // Mirian Gasparin

O inverno das startups, que praticamente acabou com os investimentos de risco nos últimos 18 meses, está chegando ao fim e o mercado já começa a ver a retomada dos investimentos. Eu conversei com o CEO da TM3 Capital, o empresário Marcel Malczewski, e ele me explicou que hoje o que se vê é um mercado mais responsável e maduro, com os investidores agindo de forma conservadora, e olhando com mais cuidado para onde vão dirigir os seus recursos.

Vale destacar que enquanto em 2021 o mercado testemunhou um crescimento exponencial, com a criação de dois unicórnios por dia, impulsionados por investimentos de capital de risco, 2022 e 2023 se caracterizaram por uma grande desaceleração.

A TM3 Capital administra fundos na área de tecnologia, empreendimentos imobiliários e ações. Para crescer mais rapidamente e completar a oferta de investimentos, optou recentemente por uma fusão com a empresa curitibana CTM Investimentos e juntas passaram a fazer a gestão de ativos de mais de R$ 1,4 bilhões.

O CEO da TM3, que hoje já é a maior gestora do Sul do Brasil, me explicou que a fusão das duas empresas de Curitiba acompanha um movimento do mercado que está em constante adaptação para atender às demandas do setor. Nesse sentido, o objetivo é acompanhar essa movimentação e com isso aumentar a participação no mercado, além de oferecer uma carteira mais diversificada de investimentos.

Marcel Malczewski me adiantou que com a união, a expectativa é de que em dois anos o valor sob gestão de ativos chegue a R$3 bilhões, ou seja, mais do que o dobro do valor que vem sendo administrado atualmente. Outra vantagem da fusão é que ela proporcionará oportunidades de eficiência operacional e redução de custos, beneficiando tanto os investidores quanto as duas empresas envolvidas, que atuam há mais de dez anos no mercado.

As perspectivas do mercado financeiro para 2024 são otimistas. Na avaliação do CEO da TM3 Capital, os investidores estrangeiros voltarão a investir no Brasil. Para o início do próximo ano as recomendações são para aplicações em ações, fundos multimercado e fundos de venture capital ou capital de risco, que é uma modalidade de investimento com expectativa de crescimento rápido e rentabilidade alta.

Já o retorno dos IPO’s, ou a abertura de capital de empresas, deve acontecer em 2024, mas não de uma forma explosiva, com uma ligeira reação a partir do segundo semestre do ano.