Para 2024, compra de mídia deve aumentar entre 8% e 10%
O ano de 2023 foi um período bem intenso tanto na economia quanto na política, com consequências para o Brasil e para o mundo. Mas o setor publicitário está encerrando mais um ano com saldo positivo. Os números de 2023 ainda não estão fechados, mas até setembro, os investimentos em publicidade somaram quase R$ 15 bilhões. Isso significou um avanço de 10% em movimentação de mídia no País, em relação a igual período do ano passado, de acordo com informações do Cenp-Meios, com base em dados de 325 agências de publicidade.
Eu conversei com o CEO da Tailor Media, o publicitário Leonardo Lazzarotto, e ele me disse que também para 2024 o setor está otimista, projetando um crescimento entre 8% e 10% de compra de mídia. Na sua avaliação, os jogos olímpicos de Paris devem atrair a atenção dos patrocinadores com desdobramento para vários meios de mídia.
Lazzarotto faz questão de destacar o fortalecimento da inteligência artificial no mercado de publicidade, mas que ao mesmo tempo vem gerando preocupação em relação aos direitos autorais, com os conteúdos gerados.
O CEO da Tailor Media chama a atenção que, em 2024, as plataformas de streaming estarão cada vez mais próximas de transmitir eventos ao vivo, principalmente os esportivos. Já para as emissoras de TV aberta, a grande aposta é a TV conectada.
Eu perguntei ao publicitário sobre qual foi a mídia preferida dos anunciantes, este ano, e ele me informou que a internet segue em alta, tendo ampliado a sua fatia de mercado para 38%. Nos nove primeiros meses deste ano, os investimentos em publicidade na internet chegaram a quase R$ 6 bilhões.
Outro segmento que também está em contante ascensão é a mídia out of home, ou mídia exterior, que é toda publicidade feita em ambientes de movimentação pública que visam alcançar as pessoas em seus trajetos diários. O setor recebeu, em seis meses, mais de R$ 1,4 bilhão em investimentos e ampliou seu share de 9,2% a 9,9%.
Qual setor vem perdendo recursos da publicidade?
Mesmo sendo o meio com maior fatia do mercado, a TV aberta vem perdendo participação, caindo de 43% para 40%. Ainda assim, só no primeiro semestre deste ano, os aportes do segmento superaram a casa de R$ 6 bilhões.
A justificativa é que a TV aberta está perdendo público e vem sofrendo com a forte concorrência de outras mídias, como internet e streaming.
Por fim, todos os outros meios de comunicação apresentaram, este ano, crescimento ou manutenção da participação. A TV por assinatura detém 5,2% da mídia; o rádio 4,1%; jornais 1,6% e cinemas e revistas com 0,3%.
Ouça a coluna de Mirian Gasparin desta quinta-feira (21):