Colunistas // Mirian Gasparin

O setor de audiovisual no Paraná, a exemplo do que também ocorre em todo o Brasil, vive um dos seus melhores momentos, com a continuidade do crescimento de produtoras e produções. Só para se ter uma ideia do potencial desse mercado, o Paraná ocupa a quinta posição do país em número de produtoras registradas na Agência Nacional do Cinema (Ancine) e quando se fala em registro de produção publicitária, o estado detém o segundo lugar. São 15.566 empresas em 341 municípios. Somente em Curitiba, são quase 6 mil produtoras de áudio e vídeo em atuação.

Eu conversei com a presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual do Paraná (Siapar), Jussara Locatelli, e ela me disse que no período de 2019 a 2023, o Paraná foi o segundo estado que mais cresceu em registro de produtoras, com um aumento de 44%, ficando atrás apenas de São Paulo. A expectativa é de um grande potencial pela frente com o Marco Regulatório do Fomento à Cultura e a Cota de Tela no Cinema, que obriga as empresas exibidoras de incluir longas brasileiros em sua programação. Também estão alavancando a produção nacional e regional, as leis de incentivo e fomento, como por exemplo a Lei Paulo Gustavo.

A empresária faz questão de destacar a contribuição de R$ 27 bilhões do setor audiovisual no Produto Interno Brasileiro (PIB). Este valor, por exemplo, supera o PIB da indústria automobilística.

Outro ponto destacado pela presidente do Siapar, além dos 200 milhões de consumidores brasileiros, é que a indústria audiovisual movimenta vários setores da economia relacionados a serviços e insumos, incluindo hospedagem, transporte, alimentação, segurança, serviços manuais e geração de impostos. Nada menos do que 67% dos recursos ficam nos municípios que abraçam uma produção audiovisual.

O Sindicato da Indústria Audiovisual do Paraná e o Sistema Fiep, com o apoio institucional do Sebrae, realizam na próxima terça-feira, dia 2 de abril, no Campus da Indústria, o Inove Siapar 2024. Será um dia de imersão nas questões da indústria audiovisual com palestras, workshops e empresas expositoras. O evento reunirá representantes da Ancine, canais de TV, universidades, especialistas e convidados. 

A programação terá como foco os novos negócios e oportunidades proporcionados pelas tecnologias e os processos de produção da indústria do audiovisual. Assim sendo, o evento é voltado para todas as empresas do ecossistema audiovisual, da produção, que envolve a criação artística e a transformação das ideias iniciais em produtos audiovisuais; passando pela distribuição, que inclui a comercialização da produção e seu acesso aos diversos circuitos exibidores; até a exibição, que reúne tanto o conjunto de salas de cinema quanto os canais de TV, assim como os novos mecanismos de acesso via internet. 

Para concluir, Jussara Locatelli alerta que a indústria audiovisual não é para amadores. Portanto, para que se alcance uma indústria audiovisual sólida, inclusiva, competitiva e inovadora é necessário investir na formação de técnicos qualificados e na melhoria das relações de trabalho.