Colunistas // Mirian Gasparin

O ano de 2022 marcou a retomada econômica de muitos setores no chamado pós-pandemia. E com o food service não foi diferente. Após dois anos de restrições, o segmento que tem como objetivo preparar refeições ou produtos alimentares para consumo fora de casa, recuperou-se gradativamente à medida que os hábitos do consumidor foram também se normalizando.

Eu conversei com especialistas da área e na avaliação desses profissionais, o momento é de consolidação, com o Brasil apresentando um faturamento crescente em relação a outros países, como, por exemplo, os Estados Unidos. A expectativa de crescimento do food service, para 2023, é de 7,5%, bem acima da previsão de aumento do PIB de 2%.

Para quem trabalha na área, o empresário João Alfredo Pimentel, diretor da 6place, que éuma plataforma digital de abastecimento, aponta algumas tendências que devem direcionar os negócios de food service para o próximo ano.

A primeira é a digitalização do abastecimento, que permite realizar a compra online, com monitoramento via plataforma digital. Dessa forma, o operador consegue captar as melhores ofertas em um portfólio qualificado, que reúna todo o ecossistema em um só marketplace com o objetivo de garantir preços competitivos e vantajosos.

A segunda tendência é a busca maior por crédito.Acontece que o fluxo de caixa foi uma das áreas mais impactadas na pandemia. Um estudo da Abrasel em parceria com a Alelo apontou que 79% dos bares e restaurantes buscaram algum tipo de crédito no período, mas apenas 50% tiveram êxito. Assim sendo, opções de crédito menos burocráticas e até mesmo a variação de possibilidades de pagamento, tendem a movimentar o mercado no próximo ano.

Por fim, a terceira tendência para 2023 é planejaro abastecimento. De nada adianta digitalizar o negócio e aproveitar as ofertas de crédito se a gestão não for assertiva. A má gestão do estoque, inclusive, é considerada um dos grandes desafios do food service, chegando a comprometer a saúde financeira de muitos negócios. Então, manter um gerenciamento de estoque eficaz, além de garantir quantidade suficiente de insumos para atendimento das demandas, propicia a previsibilidade do seu consumo, além de evitar os prejuízos causados pelas rupturas em momentos de alta procura.