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Mirian Gasparin

Utilizado no “bom sentido”, 1º de abril pode gerar negócios.

 Dia da mentira: chance de examinar percepções equivocadas

Foto: Freepik

O 1º de abril é lembrado como o dia da mentira. Comemorada em diversos países, a data surgiu no Brasil ainda na época do Império, em Minas Gerais, quando o jornal “A Mentira”, lançado em 1º de abril de 1828, fez circular no estado a notícia do falecimento de Dom Pedro, sendo desmentido no dia seguinte. Desde esse acontecimento, o dia da mentira vem sendo celebrado pelos brasileiros através de brincadeiras e pegadinhas.

Com o passar do tempo, o dia acabou virando uma oportunidade para as empresas lançarem promoções, divulgar produtos e desenvolver ações para entreter o público. Dessa forma, algumas grandes marcas têm aproveitado o dia da mentira, só que no bom sentido, para gerar negócios, criando ações capazes de gerar impacto em seu público alvo e até mesmo conquistar novos clientes.

A Volkswagen, por exemplo, foi a primeira marca a brincar com seus consumidores. A fabricante alemã desenvolveu uma ação nos Estados Unidos onde anunciava supostamente a troca de nome.  A ação gerou grande repercussão nos país e no mundo. Após isso, as portas foram abertas para que outras empresas entrassem na brincadeira.

No Brasil, a Ponto Frio foi uma das primeiras marcas a movimentar as redes sociais no dia da mentira. A rede varejista anunciou a demissão do Pinguim Pin, personagem da marca há mais de 70 anos. Durante a ação o influenciador Paulo Farias, o PF, assumiu as redes e interagiu com os usuários do então Twitter. No dia seguinte, o Pinguim Pin reassumiu seu posto, depois de gerar grande barulho nas redes.

Mas, o dia da mentira, também evoca algumas reflexões sobre os mitos que permeiam diversas áreas da vida, incluindo o mercado de trabalho. Dessa forma, a data proporciona uma oportunidade para examinar e desafiar as percepções equivocadas que podem impactar as decisões e estratégias nos negócios.

De acordo com Bruno Muniz, que é sócio executivo da empresa Gaudium, startup voltada para os setores de mobilidade e logística, as principais mentiras relacionadas à área do empreendedorismo são a necessidade de possuir uma grande quantidade de dinheiro para começar a ideia de que é fácil e rápido enriquecer. Segundo o executivo, o empreendedorismo vai muito além de simplesmente iniciar um negócio; também implica na inovação e na busca constante pela melhoria contínua.

Já na área de educação financeira, um dos mitos presentes nesse setor, segundo o fundador da iCred, Túlio Matos, é que o setor trata apenas de investimentos, assim como investir é arriscado e difícil. Mas pelo contrário, o mundo das finanças envolve educação, planejamento adequado, controle de gastos, proteção financeira, entre muitos outros assuntos.

Por fim, na área do comércio eletrônico, uma das mentiras mais comuns é de que o atendimento via chatbot não funciona. Entretanto, para a diretora da Simples Inovação, que é uma empresa com foco em modelagem de negócios para o e-commerce, Daniela Torres, é importante entender que para as vendas online, essa é uma estratégia aliada para auxiliar as vendas, impulsionando o relacionamento digital com os clientes.

Mirian Gasparin

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