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Mirian Gasparin

O objetivo principal é aumentar as receitas.

 Grandes grupos apostam na área de novos negócios

Foto: pressfoto – Freepik

Em tempos de mudanças e transformações como o que estamos vivendo, as empresas não podem permanecer no refrão da música da Gabriela de Dorival Caymmi, que diz “eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim…”. É preciso mudar, inovar e agir rapidamente. A pandemia trouxe uma revolução no mercado. Muitas empresas fecharam, porém várias assimilaram as mudanças que afetaram os diferentes modelos de negócios, avaliaram os riscos, buscaram aporte financeiro e conseguiram viabilizar oportunidades para empreender em novos nichos de mercado.

O que temos visto hoje, são várias empresas tradicionais e bastante sólidas no seu segmento, porém criando uma área de novos negócios. Ontem, por exemplo, eu estive em Itaperuçu na inauguração de duas novas fábricas da Votorantim Cimentos. A indústria que está há quase 90 anos produzindo cimentos com sucesso, agora está lançando as suas primeiras unidades fora da área cimenteira através da Viter, que vai produzir insumos agrícolas, e da Verdera, que oferecerá soluções de economia circular para a região, realizando a gestão de resíduos industriais e urbanos de forma correta.

Eu conversei com o CEO da Votorantim Cimentos, Osvaldo Ayres, e ele me disse que até 2030, a expectativa é que 25% das receitas venham dos novos negócios. Aliás, o executivo destaca que a área de novos negócios vai ajudar a ampliar ainda mais a competitividade industrial do grupo.

Em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e imprevisível, a inovação e a busca por novos negócios têm surgido como imperativos estratégicos para muitas organizações. Pesquisas da consultoria McKinsey indicam que 8 em 10 CEOs classificam essas iniciativas entre as suas cinco principais prioridades.

A verdade é que em um mercado saturado, as empresas muitas vezes encontram dificuldades em aumentar sua receita apenas por meio de suas ofertas existentes. A inovação e a criação de novos produtos ou serviços podem abrir portas para segmentos de mercado não explorados ou criar categorias inteiramente novas. 

Ainda de acordo com um estudo global realizado pela McKinsey foi constatado que empresas que priorizaram a criação de novos negócios nos últimos cinco anos relataram um aumento de receita médio de 12% em relação ao total. Esse número não é apenas estatisticamente significativo, mas também oferece um testemunho do impacto direto que novos empreendimentos podem ter na saúde financeira de uma empresa.

O estudo também sugere que empresas que fazem da criação de novos negócios uma das três principais prioridades estratégicas crescem mais rápido do que outras empresas, mesmo em tempos de choques econômicos.

Mirian Gasparin

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